Salvate! A harmonia que sai deste cravo ficou interrompida para obras desde o dia 17 de Outubro, AMICI!
Esta beleza setecentista também está habituada ao silêncio de quase dois séculos e se não fosse pelo reviver do gosto do toque mais fino, de sala, de um órgão, inspirador da harmonia das esferas, ficaria no silêncio até a sua beleza dourada, de tampa pintada alusiva a um episódio histórico, definhar, mais devagar que a carne a desprender-se dos ossos, até cair pouco a pouco guardando o toque das recordações que vive.
Vai viver mais este cravo, decreto. A sua tampa. A sua tampa aterradora adverte-nos da harmonia das esferas. Anteontem o PPC, passageiro, como todos nós, muito mais do que este cravo, declarou anátema sobre Portugal se fosse concedido um perdão à dívida portuguesa como será à Grécia! Louco? Simplesmente mesquinho, mau, torcido, não como as colunas salomónicas de São Roque, quer que soframos, para que num futuro, habituados a ganhar pouco, os empresários possam explorar mais, muito mais? Perante tais palavras é o que trans-parece.
A Harmonia das Esferas observa e não intervém. Entretanto muitos sofrem. A música cala-se ou toca. O cravo está ali. E nós estamos aqui.
Valete.
Raulus.