22 de Agosto de 2011

 

 

 

Amici, Salvate!

 


 

 

     

 

 

 

    Tento escrever sobre outro assunto que não a actualidade. Não consigo. Anseio pelo regresso à outra rotina para me dedicar à escrita de mais um livro, numa tentativa de fuga a esta obsessão que se tornou a realidade. Primeiro o país, depois o Mundo. Devia, logicamente, ter sido ao contrário, mas não foi.  Caí num estado depressivo que analiso com rapidez. É fácil. O sentimento de impotência perante alguma coisa que acontece e pela qual não somos responsáveis. Sim, porque não me considero responsável pelo estado do país. O chavão "todos gastámos mais do que tínhamos" é mentira dos governantes. Todos não! Logo, nem todos devemos (presente do indicativo) pagar. Penso e repenso sobre isto. A depressão aumenta.  Depois vem o Mundo, a mentira inglesa (mais uma), o caso do abuso de autoridade da "polícia mais correcta do planeta", a manifestação que se seguiu, os abusos que aconteceram, as riots da classe Delta que não tem que fazer, desqualificada, desempregada e que vive em ghettos mal aquecidos com pizzas requentadas, overweight, sem futuro, assediada constantemente por anúncios televisivos: "tenha isto; compre aquilo", Câmaras Municipais que vão retirar habitações sociais a famílias que tiveram filhos de 10 anos envolvidos nas riots e que roubaram uma garrafa de água apenas (sic - foram filmados)... Quero sair desta realidade, mas não posso. Não posso e não devo! 

 

    A ficção espera-me como consolo. Mas não é. O próximo dever literário são Memórias. Porém tudo o que me desvie daqui e de agora é tranquilizante.

 

 

 

 

Valete

 

 

Raulus Antonius

 

  

 

 

 

 

 

 

publicado por Raúl Mesquita às 12:14 link do post
Meu caro amigo Raul, o Mesquita
Não caias no erro do sonho. Que só privilegia o que queremos e nunca o que temos.
A ficção é a nossa maior inimiga, nos deixa vulneráveis em relação à realidade. E é com a realidade que vivemos. Gostemos ou não dela. As injustiças sociais somos nós que as provocamos, como os pobres são o produto do nosso egoísmo. Nós somos a realidade!
Mas Nem Tudo o Vento Levou, porque na realidade não havia muito para levar.
Os tempos estão a mudar.
Um abraço e boa escrita
Augusto
Augusto Dias a 24 de Agosto de 2011 às 10:03
Augusto, O Ilusre:

Ficcionei ao escolher a ficção, mas agradeço-te ex core o teu amigo aviso. Por mais que me refugie, "truz", "truz", lá está a realidade sempre à espreita e à qual não resisto como se fosse a melhor das ostras (ao contrário).

Grande abraço.

Raúl.

P.S. Dá também um aolhadela, quando tiveres tempo, ao meu blospot. Grato.
Raúl Mesquita a 25 de Agosto de 2011 às 12:41
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Ao Ilustre:Muito obrigado pelas tuas, sempre genti...
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Caríssimo Raul, o MesquitaTenho que aceitar que a ...
Saudações! Já lhe terá ocorrido espreitar na lite...
Augusto, O Ilusre:Ficcionei ao escolher a ficção, ...
Meu caro amigo Raul, o MesquitaNão caias no erro d...
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Querido Amigo:Compreendo bem as tuas palavras e ag...
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