Amici, Salvate!
Os EUA na década de 50 e no início dos anos 60, quando os sindicatos ainda eram fortes e a chamada guerra fria estava no auge, tinham, por força das circunstâncias, de provar que eram melhores do que a URSS. Foi a época do Ela queria um vison, filme que contava a história de uma dona de casa, cujo marido, operário, ganhava o suficiente para manter o lar going. Muito ao gosto das fitas americanas da época, ela passava o dia com uma avental de folhos, imaculadamente branco e engomado, com um sorriso na cara e coleccionava visons em casa para o casaco. Não me lembro se chegou a fazê-lo deste modo ou se o marido, com um prémio de bom trabalho, conseguiu comprar-lhe o dito. Tudo côr-de-rosa a Ocidente! O cinzento Macartismo estava escondido por trás. A maioria ou não o via ou achava bem. Afinal havia o perigo Russo!
E havia a esperança da segunda casa para todos. A casa de fim-de-semana! Alguns chegaram a tê-la. Os russos entraram na corrida, tal como os americanos entraram na corrida dos foguetões. Os soviéticos davam dachas para o descanso merecido do operário, mas parece que, de facto, só mereciam estas cottages os membros do partido. Além Atlântico, os que desenvolviam "actividades anti-americanas" também não tinham segunda casa simplesmente porque eram presos e, em muitos casos, condenados à morte. So much for freedom!
As décadas passaram e o Ocidente, com a ajuda de Sua Santidade o Pio João Paulo II, homem muito progressista, que proibia o uso de preservativos, em plena época de expansão da Sida, usando a sua propaganda e também os podres interiores dos países socialistas, conseguiu derrubá-los. E nasceu o capitalismo selvagem. Os sindicatos perderam a força. Já não é preciso mostrar, aqui no Ocidente, que somos melhores do que os outros. Com os árabes, a história é bem diferente, São, na sua maioria, povos pobres, fáceis presas, prestes a pilhagens selvagens destes cruzados americano-britânicos.
Benditos comunistas! Sem vós, já não é preciso dar a segunda casa aos trabalhadotres do Ocidente para provar a nossa superioridade económica. Nem é preciso sequer dar a primeira. Podem dormir na rua. Os ricos, por seu lado, podem, à laise, ficar cada vez mais ricos, em montantes impossíveis de se usufruir, por simples vaidade de serem os mais ricos, num bárbaro desfile de plumas sobre o sangue dos pobres - A Bloody Vanity Fair!
Valete
Raulus Antonius