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Amici, Salvate!
Tenho andado a rever alguns filmes de Lubitsch e com renovado prazer; a re-re-re-rever. Ele foi, é, talvez, o maior de todos os realizadores de sempre de comédias de costumes. Ligeiro na aparência, incisivo na crítica, divertido no diálogo, às vezes em verso (One Hour with You - 1932), exímio director de artistas, rigoroso com a câmara, livre pensador, sem medo de confrontar o sexo, sempre com bom gosto, através de insinuações irónicas e finas, dá-nos horas de prazer cinematográfico. Em 1935 (des)graças à hipocrisia de William Harrison Hays, Sr., o fundador do censório Production Code, coadjuvado pelas fazedoras de opinião da "sociedade holywoodesca", muitos dos seus filmes foram proibidos nos "livres" EUA. Foi preciso esperar até 1968 (!!!), ano de várias conturbações mundiais, para que este medonho código de censura fosse substituído nos EUA pela divisão por idades, comum na Europa.
Dirigiu filmes mudos e falados, musicais e sem música, uma opereta, A Viúva Alegre -1934, mas também dirigiu dramas com a mesma arte e rigor.
Quando realizou musicais, a música foi sempre uma continuação fuida do diálogo. Veja-se Monte Carlo - 1930.
Outros filmes que recomendo vivamente: Trouble in Paradise - 1932; Design for Living - 1933; Ninotchka - 1939; The Shop Around the Corner - 1940; To Be or Not to Be - 1942; Heaven Can Wait - 1943.
Valete
Raulus Antonius
P.S. Reparem bem nas duas fotografias do nosso homem: observador, perplexo, triste...