Amici:
Segundo o Antigo Sócrates só havia um tipo de ignorância: a que faz mal.
Nas ruas de Londres, que galgo a galope, pensei num episódio de há alguns anos, em Lisboa. Uma pessoa, que deu aulas numa Universidade, Teoria da Literatura, para ser exacto, disse-me uma vez: "por que é que neste teu livro às vezes aparece a palavra Mãe, com letra maiúscula, outras, com minúscula? E a uniformização?" A minha resposta: "Porque escrevi a 'mãe do Francisco', mas, 'Ó Mãe, deixe lá, eu queria ir ao cinema!, No primeiro caso é nominativo, no segundo, Vocativo, um apelo". A ignorante literata admitiu: "Ah, mas então este livro tem que se lhe diga...!" Querem Portugal cultivado entregue a esta gente? Quanto a este meu romance, já tinha recebido uma crítica, ainda mais assertiva, de uma jovem editora: "Falta a uniformização!"
Realmente, só existe uma ignorância e faz mal, faz mal a todos!
Valete,
Raúl.