Amici, Salvate!
Escrevo mais de noite, de todas as formas, em todos os sítios. Aqui, nos meus romances, nas minhas memórias, onde quer que eu esteja. O silêncio ajuda-me. O único som que tolero é o musical. Mas agora mesmo nem desse preciso. Preciso, sim, da vossa companhia. Não sei se todos Vós vos sentis tão solitário como eu. É difícil medir, compreendo. Gosto de estar com pessoas, de falar, de rir, de ficar em fotografias, mas no fim fica um vazio, uma solidão que só convosco, leitores por enquanto anónimos, sei partilhar.
A escrita, diz-se, é um acto solitário. É. Creio que não há escritores felizes, isto sem entrar em controvérsias académicas sobre o que é "a felicidade". Sei que me dá prazer escrever como me dá prazer ouvir música do século XVIII e trabalhar sobre ela.
Considerem este desabafo como uma prova da minha amizade por vós.
Bom sábado!
Valete.
Raulus.